segunda-feira, 1 de março de 2010

Êxtase

"Dessas pessoas que entram na nossa vida e ganham uma importância gigantesca pelo simples fato de ser quem se é. Dos momentos dessa amizade nascem ideias, enredos, conversas, reflexões... Nascem 'estórias' e 'histórias', cruzas de caminhos que ainda darão muito "pano-pra-manga"...

Vi uma menina caminhando na praia. Menina- flor. Flor não florescida, de beleza desconhecida.
Beleza sutil.
Caminhava sozinha e descalça pela fina areia. Os negros cabelos longos moviam-se suavemente na brisa leve juntamente com o vestido marrom que mais me pareceu uma burca, escondendo todas as suas formas.
Ela estava em paz. Parecia inflar de satisfação por ter tudo aquilo a sua volta. Com uma expressão que dizia que aquela era a vista mais linda de todas. Bem, eu tinha uma visão ainda melhor que a dela.
Aproximou-se de um posto salva- vidas, deixando ali seu vestido e foi em direção ao mar trajando um maiô preto. Um maiô!
E eu fiquei lá no mesmo lugar por mais alguns minutos apenas observando aquela menina que parecia tão simples e fácil de se agradar enquanto o dia se arrastava lentamente para seu fim.
- - -

“É magico! É encantador!” balbuciei entre suspiros.
Resolvi deixar meu vestido amarrado a uma das estacas do posto salva-vidas e me jogar naquele mar.
Eu não tinha palavras para expressar perfeitamente como estava o céu naquele momento, tamanha era a magnitude de sua beleza.
Quando olhava pra esquerda via uma lua enorme e redonda, com um brilho quase dourado. Não era completamente noite então a minha direita ainda se via o espetáculo do por-do-sol, que no horizonte dava ao céu tons de laranja e rosa, em seus últimos feixes de luz. O Sol e a Lua dividiam o céu, por alguns minutos, proporcionando uma visão magnífica. É o crepúsculo.
Entrei a passos lentos no mar, aproveitando cada milímetro dele. É como se tudo isso fizesse parte de mim, assim como eu me sentia parte de tudo. E não apenas sou parte como também necessito de tudo isso. Uma necessidade biológica, orgânica, emocional.
Por momentos ficava em pé deixando as ondas me acertarem enquanto “namorava” a lua e seu reflexo. Tinha a sensação de plena harmonia e liberdade.
Infelizmente tudo tem uma hora pra terminar e eu tinha que voltar pra casa, mas aproveitei cada segundinho que estive naquela praia e com certeza desfrutarei dela novamente.
Dei um ultimo mergulho e, novamente em passos lentos, fui em direção ao posto para vestir-me e seguir meu caminho que agora era iluminado apenas pela luz da lua. Sentia-me extasiada.

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