quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Fale...


Fale do amor...
Fale da entrega à ele que nos põe sutilmente abertos ao que vier
e desse incerto que talvez seja um afago, talvez seja um estrago...
Ao aberto peito há a possibilidade da dor
No aberto peito enfia-se o dedo só para ve-lo comprimir e retorcer com ardor
"Doa-te para que se doe" dizem eles afogados em lameiros
Doa-te, mostra-te, arregassa teu peito para que aquele um lhe toque a carne e lhe faça os dentes ranger
"Ah, mas que belo é o amor..."

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Avoemos, "Avoés"...

Há quem diga que quanto maior o voo, maior a queda...


"Se o tempo sempre tem razão, se tudo sempre vai mudar, pra que manter os pés no chão se todo mundo quer voar." { Espirais- M.E.}



Há quem diga que se cair, do chão não passa...


Alice/Dana

sábado, 2 de outubro de 2010

...


O “azulecente” da alma

de minha enamorada calma

jubilosa por te ver

já não pensa em se conter

De veras te abraço

e no aconchego de nosso deleitoso enlaço

adormeço aninhada no acalento de teus braços



...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

"PROSDOIS" o principio

Escrita livre. Nela dou vazão aos devaneios que circundam confusos em minha mente. Ando em círculos. Texto. Pensando evitar os pensamentos que vêm a mim como "flashs" impossíveis de serem evitados. Confesso. Te quero. Mas não quero. Oh, como quero, quero do modo mais displicente, te quero, apenas, não tão ausente. Ah, que tão fecunda seja a autópsia dos amores passados, quando dignificados pela luz de um incerto e desconhecido talvez. Não é a incerteza que me atrai, mas o intrínseco escondido, enclausurado sob a máscara da necessária distância cotidiana.


Alice/Dana
Sob os auspícios de Tuaíh

sábado, 28 de agosto de 2010

" Polhoder"

Esses teus olhos estranhos que me perseguem, famintos, adentrando minh'alma
Perturbando, desconsertando, buscando...
Despindo-me.

Desvio.
O nego e renego
Não mantenho.


E de formar parva, enrubescida e oscilante,
esquivo.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

" Aurora"

Além de um eclipse, onde um se sobrepõe ao outro.
É um "novo recomeço"...
Claro e distinto, como nunca houve.
De excentricidade tal que encanta e desarma, da forma mais sutil, até o mais astuto em subterfúgios.
E no harmonioso encontro sob o imenso celeste, Sol e Lua desfrutam do sensível equilíbrio de suas existências fazendo extasiar o "ser" em um magnífico crepúsculo onde os ditos opostos unem-se em sublimação.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Kingdom of Heaven (A New Age Dawns - Part V)


{ É enorme, mas vale apena.}
Eis uma música, como tantas outras, da banda Epica que vale se 'gastar' parte do tempo para pensar, analisar ou simplesmente ler com certa atenção. Algo interessante e evidente no ultimo álbum da banda ( Desing Your Universe) são as temáticas que falam de uma nova era, dos tão queridos agregados psicológicos do bicho homem ( ganância, orgulho, ...) , enfim.
Como Admiradora da banda ( de modo geral) sei que a maior parte das letras ( para não dizer todas, pois não o posso afirmar) foram escritas por seu fundador, compositor, vocalista (canto gutural) e guitarrista, formado em psicologia, Mark Jansen. Que em entrevistas sobre o novo album ( DYU) fala:
É quase impossível escrever um álbum sem alguns desses temas. O que eu posso dizer da minha parte da história é que me fascina muito a forma como o ser humano evoluiu de um ser social para um ser ambicioso e egoísta. A introdução do dinheiro e da revolução industrial trouxe algum conforto mas cada vez mais esse conforto vai para um grupo seleto de pessoas. No final, esse sistema só é bom para 10% de toda a população. E o que eu aprendi é que aqueles que mentem melhor e tem truques sórdidos conseguem as melhores posições nas empresas e as empresas que sabem os melhores truques e usam a mentiras mais eficientes crescem. No final das contas, somos dependentes de empresas sujas e mentirosos corruptos. Isso não está certo.

O ser humano é um ser social, mas nesse sistema nós somos forçados a seguir o fluxo ou fracassamos. Ainda acho que há como mudar isso. Isso tem que mudar pois estamos no fim da linha de um caminho de auto-destruição. Então, ou o sistema explodirá e nós destruiremos a Terra e a nós mesmos, ou fazemos mudanças. E eu não estou falando dos governos planejarem redução de 5% de CO2 pois sabemos que isso não fará grande diferença. Precisamos de uma completa modificação de pensamento ou destruiremos tudo. Muitas pessoas compreendem hoje que esse é o caminho, então vamos nos unir e fazer essa mudança! É responsabilidade de todos tomarem parte nessa mudança.
(Fonte: http://www.territoriodamusica.com/entrevistas/?c=840 )

"Recortes da letra" traduzida:

Kingdom of Heaven (A New Age Dawns)
Reino do paraíso ( Uma nova era surge)

"...A Física Quântica nos leva a
Respostas para grandes tabus

Ciência, espiritualidade
Terão que se encontrar ao longo do caminho e
Precisamos de novos desígnios, uma outra visão
Expandir nosso controle sobre a alma enigmática

Esperança é mais do que uma decepção adiada...


...Abra o seu Sahasrara ( Na tradição Hindu é considerado o chacra mais importante pois atravéz de seu 'estimulo' dinamiza-se a capacidade espiritual e a consciência superior do ser humano.)

A luz cria a todos nós
O orgulho nos fará cair
Vida é significativa
Vida deleita a todos nós...

...A alma sobrevive a todos nós...

...Nosso despertar chama...

...Foi-me dada clareza
E a sabedoria que eu não posso negar

Tudo o que nunca pudemos ver
Até deixarmos esta frágil existência
É apenas uma sombra da realidade
A morte não é a instância final...

...Nós não estamos sozinhos, somos todos um...

...Nossas capacidades limitadas
Nos dão problemas para compreender

Estamos ligados em todos os sentidos
E somos fortes como o nosso mais fraco fragmento
Cada palavra que transmitimos
É um ato com consequências...

...A ganância que nos fará cair..."

Fonte: http://letras.terra.com.br/epica/1566529/



"Do you want play a game?"

Na efemeridade dos "jogos"
Na inconstância dos lábios
Na frieza dos olhos
Na frouxidão dos abraços
Sem laços ou enlaços
Apenas mais um, mais outro
Mais uma noite
Um jogo

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ulisses Tavares

"Entre o nada e qualquer coisa
Meu coração dança miudinho."

"Bem-querer"

de Chico Buarque

Quando o meu bem-querer me vir
Estou certa que há de vir atrás
Há de me seguir por todos
Todos, todos, todos o umbrais

E quando o seu bem-querer mentir
Que não vai haver adeus jamais
Há de responder com juras
Juras, juras, juras imorais

E quando o meu bem-querer sentir
Que o amor é coisa tão fugaz
Há de me abraçar com a garra
A garra, a garra, a garra dos mortais

E quando o seu bem-querer pedir
Pra você ficar um pouco mais
Há que me afagar com a calma
A calma, a calma, a calma dos casais

E quando o meu bem-querer ouvir
O meu coração bater demais
Há de me rasgar com a fúria
A fúria, a fúria, a fúria dos animais

E quando o seu bem-querer dormir
Tome conta que ele sonhe em paz
Como alguém que lhe apagasse a luz
Vedasse a porta e abrisse o gás
Me escapa por entre os dedos a prudência.
E submersa em aflição neste vão intento "(pre)vejo" a efemeridade dos fatos que sucedem.
No coração aflito: o vácuo que a mente, em defesa, cria.
No peito nu e aberto de carne exposta: a dilaceração corroída impregnada pela podridão dos sentimentos.
O atormento.
A revolta pela ânsia de teus lábios
De tua língua...

sábado, 7 de agosto de 2010

"Pamarelopel"

“...Pois na verdade algumas coisas são 'simplesmente inevitáveis', nos cabendo apenas a escolha do caminho para chegar até elas, e assim nos deixamos ficar à mercê daquele que por vezes 'constrói' mas por vezes também 'destrói'. O tempo.
Porém, como eu havia dito, o caminho e a forma que vamos percorre-lo depende unicamente de nós. Assim como também depende de nós 'se' e 'o que' aprenderemos com nossos fracassos, quedas, erros, decepções.
Mas será realmente o 'tempo', a 'chave' para os ditos infortúnios da vida? Deixar que o 'tempo' se encarregue de construir, destruir, curar, ou o que quer que seja, não será apenas mais uma forma que encontramos de nos abster?”

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Luis Fernando Veríssimo

"Releitura"

Dance para a Lua.
Dance com o Espírito.
Conceda ao teu corpo a linguagem que as palavras desconhecem.
Se dignifique à morada do poderoso encanto dos Elementos.
Sinta o Ser.
Sinta o vibrar do som que purifica teus sentidos.
Ouça a voz que te inebria com segredos inconfessáveis.
Segue a música.
Deixa que se revele tua Alma.


Texto original de Josiele Machado

" A incerteza traz inspiração."

Por momentos chego a pensar que tenho o controle da situação, mas "caio na realidade" e enxergo tudo como realmente é, percebendo que estava errada...
Nada é o que parece...
A inconsciência nos leva a um mundo abstrato onde criamos o que nos é conveniente acreditar, o que é mais fácil de se assimilar.
Meu auto-controle grita "chega", " já basta por hoje".
Tenho meus limites...
Limites que eu mesma imponho? Talvez, mas prefiro dizer que são apenas "pontos fracos" a serem trabalhados e ultrapassados.
O sono talvez esteja impedindo o bom entendimento das coisas, talvez esteja "bloqueando" minha pouca consciência dos fatos...
Acho que não quero isso, nem aquilo.
Acho que não quero nem o dito caminho do meio,
quero outro.
"Quero devolta aquele caminho incerto que nunca me pertenceu e não há porquê de pertencer."

quarta-feira, 23 de junho de 2010

(Des)Enrolando

Na arte: a dança. Na dança: o movimento. No movimento: o toque. No toque: a troca. Na troca: a energia pulsante de um ser apaixonado por sua arte.
Uma arte. Uma dança. Um movimento. Um contato. Um toque. Um carinho. Uma troca. Uma energia. Um som. Uma batida. Um coração. Um amor.

domingo, 20 de junho de 2010

Um quase recorrente " Quem sabe"

Novamente caminho pelas ruas imersa em meus devaneios.
Novamente penso em escrever tudo, porque assim o “peso” se tornará mais leve.
Mas não, eu não acredito nisso.
Então novamente desisto de qualquer palavra e escrevo outra coisa, qualquer coisa menos a que eu planejara escrever.
É tão difícil...
E na verdade não tenho bem certeza do porquê dessa “trava”. Ou tenho?
Eu havia decidido “vou escrever!”, mas dessa maneira parece que torno tudo mais concreto.
Como se deixar de falar e expressar tornasse as coisas mais fáceis.
Ham... Incrível essa pretensão, que por vezes tenho, de achar que posso me enganar.
Não quero fugir mas tão pouco quero tornar tudo mais profundo e desagradável.
Acho que tenho medo... Medo, porque sei muito bem como a “cabeça” da maioria das pessoas funciona em relação a isso. Medo, pois há muito me sentia culpada por tudo.
Aí me pergunto: Eu “me sentia” ou “me sinto”? É uma boa pergunta para eu responder.
E há muito mais perguntas que não saem do meu pensamento, mas por que isso agora? Por que de tempos em tempos volto a pensar e remoer tudo?
Estou tentando achar a alavanca, essa alavanca que quando menos espero é acionada novamente trazendo atona tudo que quero esquecer.
Não quero mais pensar nisso agora.
É... Quem sabe em um outro dia, em um outro momento...
Quem sabe.

sábado, 19 de junho de 2010

Simplesmente...

" A rosa saturada de amor, transmuta do lodo da terra, a fragrância deliciosa, de suas pétalas milagrosas" V.M.S.

"Seja como a rosa, que apesar de crescer no lodo, nas fezes e condições inóspitas, sempre triunfa na beleza e perfeição." V.B.M.

As vezes algumas palavras, por mais simples que pareçam podem melhorar a energia de uma pessoa e talvez até a faça radiar novamente...
E as vezes palavra alguma se faz necessária e o simples gesto de abraçar preenche todo o vão, que se fazia presente, com calor e segurança.

Marcas

Marcas. Emoções. Lembranças. Emoções. Lembranças. Lembranças e marcas. Marcas que doem, um doer rasgado.

Marcas, estas, que sei bem, não me deixarão jamais.
Marcas, de certa forma, invisíveis.
Porém marcadas de tal forma e com tal profundidade
que a dor da marca de ferro em brasa é pouco em comparação.
Pois não são “marcas físicas”, não são essas marcas que o tempo cura deixando -as vezes- alguma cicatriz.
Não. São “marcas d'alma”, dessas que carregamos por uma vida inteira ou talvez mais ( para os que acreditam...).

Marcas, que apesar de tudo e como quase tudo aprendemos a conviver. Não aceitar, conviver. Pois não há o que se faça para mudar os fatos. Então encaro sempre da melhor maneira que consigo. Encaro.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Um dia você aprende

Depois de algum tempo você aprende a diferença,
a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se,
e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos
e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida
e olhos adiante, com a graça de um adulto
e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje,
porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,
e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima
se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe,
algumas pessoas simplesmente não se importam…
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa,
ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para se construir confiança
e apenas segundos para destruí-la,
e que você pode fazer coisas em um instante,
das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer
mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida,
mas quem você é na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos
se compreendemos que os amigos mudam,
percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa,
ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida
são tomadas de você muito depressa,
por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos
com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros,
mas com o melhor que você mesmo pode ser.
descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo,
mas se você não sabe para onde está indo,
qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão,
e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade,
pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação,
sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute
quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência
que se teve e o que você aprendeu com elas
do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens,
poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia
se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva,
mas isso não lhe dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer
que ame, não significa que esse alguém não o ama,
pois existem pessoas que nos amam,
mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém,
algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga,
você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,
o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto,plante seu jardim e decore sua alma,
ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar…
que realmente é forte, e que pode ir muito mais
longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor
e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem
que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.

~William Shakespeare~

domingo, 30 de maio de 2010

“Te quero e te quero tanto que te quero livre.”


O carinho, o querer, o amor ou mesmo a amizade, são sentimentos sublimes e que não devem se deixar impregnar por sentimentos mesquinhos – ah, o tal do ego...-.
Quando realmente queremos alguém, seja lá da maneira que for (como amigo, amante...) não devemos e nem temos o direito de achar que essa pessoa nos pertence.
É aquela velha história: “Tu realmente ama os animais? Então por que os enjaula tirando deles o que há de mais precioso, a liberdade?”
O amor – em suas mais variadas formas- não prende, liberta.
Títulos... Afinal, qual a sua real serventia em uma relação que não seja afirmar posse sobre o outro?
Ok, posso estar sendo um tanto extremista demais (que redundância!).
No entanto, não entendas isso como um estímulo a dita “promiscuidade”. Só estou querendo dizer que as pessoas deveriam experimentar “ser livre” e “libertar”.
Eu quero mais!
Não quero sentir estar prendendo ou até sufocando alguém. E muitas vezes perceber que a pessoa só não “curte” mais outras pessoas porque se sente presa a mim.
Quero aquela relação sem amarras em que eu possa ter a plena certeza de que a pessoa só está ali, do meu lado, porque realmente deseja e não por um falso compromisso.
Mas acima de tudo, eu estarei ao lado dela porque esse também é o meu desejo.


“Porém, ao deleitar de sua companhia ansiarei por sua total entrega. Sendo esse o único momento em que me permitirei possuir e ser possuída.”

sábado, 22 de maio de 2010

Elêusis

Mantéia, Mantéia, Mantéia...
A música do Templo me embriaga
Com este canto delicioso...
E esta dança sagrada.

E dançam as exóticas sacerdotisas
com impetuoso frenesi de fogo
repartindo luz e sorrisos,
Naquele rincão do céu.

Mantéia, Mantéia, Mantéia,
és a Serpente de fogo,
entre os mármores augustos,
és a princesa da púrpura sagrada,
és a virgem dos muros vetustos.

És Hadid, a Serpente Alada,
Esculpida nas velhas calçadas de granito,
como uma Deusa terrível e adorada,
como um gênio de antigos monólitos,
no corpo dos deuses enroscada.

E vi em noites festivais,
Princesas deliciosas em seus leitos,
e a musa do silêncio sorria nos altares
entre os perfumes e as sedas.

Mantéia, Mantéia, Mantéia,
Gritavam as vestais
Cheias de louco frenesi divido,
e silenciosos as miravam os deuses imortais
sob os pórticos alabastrinos.

Beija-me Amor, olha-me que te amo...
e um sussurro de palavras deliciosas...
estremeciam o Sagrado Arcano...
entre a música e as rosas
daquele santuário sagrado.

Bailai exóticas dançarinas de Elêusis
Entre o tilintar de vossas campainhas,
Madalenas de um, a via-crúcis,
Sacerdotisas divinas...

- Samael Aun Weor -

terça-feira, 18 de maio de 2010

Um desabafo, talvez.

Por tempos deixei-me alienar com o intuito besta de enquadrar-me, de “socializar-me”, de parecer com a maioria, anulando-me mais e mais a cada dia que se passava.
Porém, incapaz de aceitar passivamente a tudo que julgo como errado, desumano e sem cabimento passei a centrar-me no meu “eu” dando importância a tudo aquilo em que realmente creio.
Meus olhos começaram a se abrir.
E através desta fenda – que lenta e gradativamente se expande- enxerguei uma sociedade decadente
E, nela, máquinas sobrevivendo
Robôs sem vida, sem alma, sem lazer, sem prazer
Automatizadas pelo sistema de consumo, na era em que o “ter” significa muito mais que o “ser”
Alienadas por uma “TV” manipuladora e degeneradora de mentes pensantes
Pessoas sem ideais, com olhares vazios e indiferentes. Sem emoção.
E que ainda carregam consigo preconceitos descabidos
Que acusam de loucos – na melhor das hipóteses- aqueles que não se enquadram no padrão.
Incapazes de se admirar, veem a tudo como comum e corriqueiro.

Acomodadas jazem...

terça-feira, 27 de abril de 2010

Gente que gosto

Gosto de gente com a cabeça no lugar, de conteúdo interno, idealismo nos
olhos e dois pés no chão da realidade.

Gosto de gente que ri, chora, se emociona com uma simples carta, um telefonema, uma canção suave, um bom filme, um bom livro, um gesto de carinho, um abraço, um afago.

Gente que ama e curte saudades, gosta de amigos, cultiva flores, ama os animais. Admira paisagens, poeira; e escuta.

Gente que tem tempo para sorrir bondade, semear perdão, repartir ternuras, compartilhar vivências e dar espaço para as emoções dentro de si, emoções que fluem naturalmente de dentro de seu ser!

Gente que gosta de fazer as coisas que gosta, sem fugir de compromissos difíceis e inadiáveis, por mais desgastantes que sejam.

Gente que colhe, orienta, se entende, aconselha, busca a verdade e quer sempre aprender, mesmo que seja de uma criança, de um pobre, de um analfabeto.

Gente de coração desarmado, sem ódio e preconceitos baratos.
Com muito AMOR dentro de si.

Gente que erra e reconhece, cai e se levanta, apanha e assimila os golpes, tirando lições dos erros e fazendo redentora suas lágrimas e sofrimentos.

Gosto de gente assim.

-autor desconhecido-

segunda-feira, 1 de março de 2010

Um presente: a lua


Essa foto foi tirada por uma amiga que é fotógrafa e sabe que sou apaixonada pelo céu.
Muito obrigada Sha! Te amo florzinha!

Êxtase

"Dessas pessoas que entram na nossa vida e ganham uma importância gigantesca pelo simples fato de ser quem se é. Dos momentos dessa amizade nascem ideias, enredos, conversas, reflexões... Nascem 'estórias' e 'histórias', cruzas de caminhos que ainda darão muito "pano-pra-manga"...

Vi uma menina caminhando na praia. Menina- flor. Flor não florescida, de beleza desconhecida.
Beleza sutil.
Caminhava sozinha e descalça pela fina areia. Os negros cabelos longos moviam-se suavemente na brisa leve juntamente com o vestido marrom que mais me pareceu uma burca, escondendo todas as suas formas.
Ela estava em paz. Parecia inflar de satisfação por ter tudo aquilo a sua volta. Com uma expressão que dizia que aquela era a vista mais linda de todas. Bem, eu tinha uma visão ainda melhor que a dela.
Aproximou-se de um posto salva- vidas, deixando ali seu vestido e foi em direção ao mar trajando um maiô preto. Um maiô!
E eu fiquei lá no mesmo lugar por mais alguns minutos apenas observando aquela menina que parecia tão simples e fácil de se agradar enquanto o dia se arrastava lentamente para seu fim.
- - -

“É magico! É encantador!” balbuciei entre suspiros.
Resolvi deixar meu vestido amarrado a uma das estacas do posto salva-vidas e me jogar naquele mar.
Eu não tinha palavras para expressar perfeitamente como estava o céu naquele momento, tamanha era a magnitude de sua beleza.
Quando olhava pra esquerda via uma lua enorme e redonda, com um brilho quase dourado. Não era completamente noite então a minha direita ainda se via o espetáculo do por-do-sol, que no horizonte dava ao céu tons de laranja e rosa, em seus últimos feixes de luz. O Sol e a Lua dividiam o céu, por alguns minutos, proporcionando uma visão magnífica. É o crepúsculo.
Entrei a passos lentos no mar, aproveitando cada milímetro dele. É como se tudo isso fizesse parte de mim, assim como eu me sentia parte de tudo. E não apenas sou parte como também necessito de tudo isso. Uma necessidade biológica, orgânica, emocional.
Por momentos ficava em pé deixando as ondas me acertarem enquanto “namorava” a lua e seu reflexo. Tinha a sensação de plena harmonia e liberdade.
Infelizmente tudo tem uma hora pra terminar e eu tinha que voltar pra casa, mas aproveitei cada segundinho que estive naquela praia e com certeza desfrutarei dela novamente.
Dei um ultimo mergulho e, novamente em passos lentos, fui em direção ao posto para vestir-me e seguir meu caminho que agora era iluminado apenas pela luz da lua. Sentia-me extasiada.

"Paródia"

Se essa vida ( Dana e Alice)

Se essa vida, se essa vida fosse minha
Eu mandava, eu mandava ela acabar
Com “pedrinhas”, com “forquinhas” e calmantes
Para o meu, para o meu pesar passar

Nessa vida, nessa vida tem um fim
Que se chama, que se chama solução
Dentro dela, dentro dela mora um anjo
Que me deu, que me deu libertação

Se eu te dei, se eu te dei libertação
Tu a deste, tu a deste a mim também
Se eu te dei, se eu te dei libertação
É porque, só por que te quero bem



Se essa rua ( versão original)

Se essa rua, se essa rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas, com pedrinha de brilhantes
Só pro meu, só pro meu amor passar

Nessa rua, nessa rua tem um bosque
Que se chama, que se chama solidão
Dentro dele, dentro dele mora um anjo
Que roubou, que roubou meu coração

Se eu roubei, se eu roubei teu coração
Tu roubaste, tu roubaste o meu também
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
É porque, só porque te quero bem

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Estranho V

Quando chegamos levei a mala para meu antigo quarto enquanto minha mãe voltava a cuidar do que faltava para o funeral de vovó que aconteceria no dia seguinte. Retirei meu Álvares de Azevedo da mala e recostei-me na cabeceira da cama para ler, adormecendo em seguida. Quando despertei dei-me conta de que havia sonhado com Dona Emília - minha avó-. Em meu sonho ela colocou a mão sob minha bochecha e olhou-me por cima de seus óculos, um olhar sábio e experiente, e falou: "É como eu sempre disse minha filha, a vida não é feita para sobreviver e sim para viver. Ela é muito curta pra ficarmos perdendo tempo com lamúrios pelos que já se foram."
Realmente ela sempre falava isso... Sei que vim até aqui para o velório, mas minha vontade era de sair correndo, não aguentava mais aquela sensação, aquele peso. Resolvi ir falar com minha mãe para pegar seu carro emprestado. Ela estava tentando entrar em contato com os parentes mais distantes para comunicar-lhes sobre o acontecido então esperei ela desligar o telefone.
" Mãe, algum problema se eu pegar seu carro emprestado?" Perguntei meio insegura. Era estranho ter de pedir algo a ela.
" Foram tantos acontecimentos que eu havia me esquecido. Há alguns dias sua avó decidiu que em seu próximo aniversário lhe daria o Maverick que era de seu avô... Esse sim era o xodó dele!" Ela disse enquanto ia até o armário na cozinha.
" Tá brincando!" falei em um tom que misturava descrença e perplexidade pois sempre achei que essa maravilha iria para meu primo.
" Está parado a um bom tempo então é bom ele passar por uma regulagem o quanto antes." falava enquanto vinha em minha direção com a chave na mão para entregar-me.
Eu mau podia acreditar que o Maverick ano 77 motor V8 que era de vovô agora seria meu. Fiquei tão feliz que resolvi ignorar o fato de que seria um tanto complicado de manter aquele "monstro bebedor de gasolina".
" Creio que não vai querer mais meu carro, certo?" brincou Marta
Apenas mostrei-lhe um sorriso e saí num risco em direção a garagem. Retirei a lona que o cobria e dei uma boa olhada. Sentei-me em frente ao volante e girei a chave na ignição dando a partida no motor e alegrando-me ao ver que minha mãe lembrara de encher o tanque. O som do motor era simplesmente maravilhoso.
Resolvi ir até a cidade vizinha que fica a pouco mais de uma hora de onde eu estava. É uma cidade litorânea, pacata nessa época do ano. Peguei a estrada com um ânimo que eu achava impossível ter nas ultimas quinze horas.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Agony


"Now I want the water to wash away all my sins
The wind to blow away my thoughts without meaning
The fire to burn away my thickened skin
... I’d like to leave, just run away"
( Dance of fate- Epica )


Em meio a lágrimas noto um olhar agonizado
Percebo, então, meu rosto espelhado
Vejo tudo tão embaçado...

Em minha mente ouço gritos de horror
Toda vez que fecho os olhos me afogo em pavor
E me encho de um medo entorpecedor


Minh'alma já não aguenta tanta aflição
Não vê por quê nesse sofrimento vão
Mas aqui permanece por maldição

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Inanimado

De um beijo abrasador e um sexo arrasador
Restam noites sem cor, feridas sem ardor...
Apenas estupor.

Um alguém sem nenhum amor
Vivendo em um vazio enlouquecedor
Em meio a um silencio ensurdecedor

Como pétala caída de uma murcha flor
Sem amor, sem dor, sem rancor.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Doce vida


Seu olhar derruba todos os meus bloqueios
Me deixa sem palavras, sem gestos, sem meios
Fruto de meus mais puros anseios
Sua presença me desconcerta
E já não sei se estou certa
Pois nem sua atenção me resta
Não me deixa fazer parte da tua vida
Se aproxima o momento da partida
Então sigo com minha vida
Tentando inutilmente não pensar
Não desejar
Não expressar

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Estranho IV

"Pensar! Pensar! Pensar! Sempre pensando em tudo antes de fazer qualquer coisa. Quer saber? Não, não dessa vez, vou chutar o balde." pensei comigo.
E a entrega do projeto que se dane, veria depois o que fazer com relação a minha nota. Inúmeras vezes deixei de visitar meus familiares porque estava envolvida com projetos arquitetônicos. Daqui por diante as coisas mudariam.
Liguei para o aeroporto na tentativa de conseguir um voo o quanto antes.
O próximo sairia as 9h e já era 6h, eu precisava me apressar. Peguei minha mala marrom que estava encima do guarda-roupa e a coloquei escancarada sob a cama e fui jogando tudo que era necessário para dentro dela. Tomei uma rápida chuveirada, bebi um café preto especialmente forte e enquanto escovava os dentes fui pegar o guia telefônico para encontrar o número de algum táxi. Chamei o táxi e fui esperar em frente ao meu prédio. Liguei para casa na ida para o aeroporto e avisei que estava a caminho.
Cinco horas depois eu havia chegado a meu destino e minha mãe me aguardava no estacionamento em frente ao Del Rey modelo GLX 1.6 branco que pertenceu ao vovô.
A medida que me aproximava dela sentia que um nó se formava em minha minha garganta e de meus olhos lágrimas voltavam a brotar.
Era o que eu precisava... Meu porto seguro. Assim que a abracei desabei a chorar sentindo-me como se tivesse 12 anos novamente, época em que meu avó veio a falecer por conta de ataque cardíaco num domingo em meio a um churrasco da família. Tentei bloquear todas as imagens e lembranças que surgiam para poder me recompor enquanto minha mãe -como sempre- se mantinha firme e forte como uma rocha.
Respirei fundo afastando-me dela para acomodar minha mala no banco traseiro e sentar no banco do passageiro. Então Marta -minha mãe- assumiu o volante e partimos rumo ao bairro Las Acacias.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Estranho III

No caminho de casa tentei não pensar em nada, apenas em tomar um bom banho para relaxar. Quando cheguei preparei um sandwish e fui para o banho. Enquanto me secava pensava no que havia acontecido.
"Ainda não acredito, como fui deixar isso acontecer?
Eu era pra te-lo indagado ali mesmo onde estávamos, como não pensei nisso? Onde eu estava com a cabeça?" indagava a mim mesma. Na verdade eu ja sabia a resposta, mas preferi ignorar.
Eu estava exausta e precisava dormir pois na manhã seguinte tinha aula. A noite estava quente então preferi não usar pijama.
"hnm..." resmunguei enquanto acordava atordoada com um barulho estridente de um sonho maravilhoso. Eu havia sonhado com ele... Em meu sonho eu acordei no meio da madrugada e ele estava sentado nos pés da minha cama me fitando com aquele olhar abrasador e sem dizer uma palavra se aproximou lentamente enquanto eu o acompanhava com o olhar. Colocou a mão em minha nuca e roçou seus lábios suavemente na minha jugular me arrepiando dos pés à cabeça. Afastou-se por um momento olhando-me dentro dos olhos e então eu acordei com o som do telefone.
Levantei cambaleante da cama para atender o telefone que gritava na sala-de-estar e na passada olhei o relógio da cozinha, eram 5:20. Atendi o telefone já indignada com a criatura que havia me despertado de meus sonhos . Era minha mãe. Naquele momento lágrimas correram pelo meu rosto e uma profunda angustia substituiu minha indignação. Ela ligava para avisar que minha avó falecera e que o funeral seria em dois dias.
Coloquei o fone no gancho sem conseguir me despedir. Lágrimas silenciosas brotavam de meus olhos e escorriam por minhas bochechas. Fiquei ali, em pé, por algum tempo relembrando cada traço de minha minha avó. Elas se chamava Emília e era uma cozinheira de mão cheia, eu adorava o arroz-com-leite dela. Usava o longo e grisalho cabelo liso preso em um coque e vestia-se muito bem. Durante alguns anos da minha vida foi ela que exerceu o papel de mãe.
Quando dei por mim já havia amanhecido e eu ainda estava ali no mesmo lugar. Eu precisava pensar no que fazer, não estava com cabeça para assistir aula e queria poder estar presente no funeral dela, mas a entrega do projeto estava marcada para hoje.
Eu precisava pensar...

Estranho II

Segui caminhando sem rumo pelas ruas, a noite estava realmente agradável, até que avistei uma praça e revolvi ir até la para sentar em algum banco -novamente tendo atitudes de uma adolescente inconsequente, isso estava saindo do controle-.
Caminhei diretamente para o primeiro banco que visualizei. Até que os bancos estão conservados, pensei comigo. O assento era de madeira, as laterais de ferro trabalhado. Fiquei ali observando cada detalhe, quase esquecendo do que acontecia a minha volta. Ah, sim, faço faculdade de Arquitetura e urbanismo.
De repente sinto um frio percorrer minha espinha, mas não por estar com frio. Levanto a cabeça para olhar pros lados e me certificar de que não há motivos para preocupação, mas antes que eu pudesse pensar em agir ouço aquela voz rouca e aveludada, "tão lindo e tão deprimente", ele diz. Sem precisar olhar eu tive a certeza, era Lucius. Por um momento paralisei e precisei respirar fundo para conseguir olhar para ele. Estava ali em pé ao meu lado observando o céu, como se já estivesse fazendo isso ha um bom tempo.
Fiquei muda, simplesmente não soube o quê ou como responder.
Sentou-se ao meu lado e me olhou dentro dos olhos. Era como se procurasse algo ali.
Ele estava diferente, estava misterioso e seus olhos ardiam em chamas.
"O-oi", foi a única coisa que consegui dizer e nesse momento foi como se houvesse quebrado um encanto. Lucius desviou o olhar por um instante e quando o retornou parecia mais sereno.
Quando recobrei a consciência lembrei de que ele havia sumido, sem explicação naquela noite no Pub.
"Bem, já é tarde e tenho compromissos amanhã... Licença." disse e fui começando a levantar antes que não conseguisse mais suportar a tentação de beija-lo. Sim, eu queria e muito sentir seus lábios, seu toque, ter seu corpo junto ao meu... "Contenha-se!" pensei comigo mesma.
"Por favor, deixe-me te acompanhar." disse Lucius quando eu já estava quase em pé.
"Não, obrigada. Posso ir muito bem sozinha." disse-lhe e sai a passos em direção a minha casa.
"Então me dê o número do seu telefone, eu tive uma emergência naquela noite. Quero leva-la para jantar e explicar o ocorrido. Jamais deixaria uma dama sozinha sem nada dizer se não fosse realmente importante." retrucou ele.
Já estava sendo difícil demais negar qualquer coisa a ele, não resisti mais e decidi aceitar. Respirei fundo e falei bem calmamente, tentando manter minha voz estável:
"Ok, está bem. Ligue e combinaremos algo."
Ele anotou meu número em seu celular.
"Realmente devo ir..." falei e acenei-lhe.
Ele me acenou de volta. Então virei-me e segui meu caminho para casa sem olhar para trás.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Estranho

"Louca! louca! louca!"
Era o que meu pensamento gritava.
No entanto eu não queria escuta-lo, só queria poder olhar pra ele mais uma vez. Lucius era o nome dele. Com cabelos negros e longos, olhar profundo, a pele de um tom cor-de-cuia. Alto, devia medir em torno de 1,85... Pensando nisso, lembrei-me que ele não havia respondido quando perguntei sua idade, apenas seguiu conversando como se nada houvesse e nosso assunto estava tão interessante que este ponto pouco me importava.
O conheci num pub chamado Midnight fire. Dono de uma voz surpreendente, rouca e aveludada. Conversamos de tudo um pouco, falamos sobre nossas viagens, livros favoritos, músicas, filmes e mais algumas amenidades.
Após algum tempo de conversa pedi licença para ir cumprimentar algumas amigas que chegavam ao local, mas quando voltei aos bancos onde estávamos sentados ele havia simplesmente sumido. Eu estava adorando nosso papinho "cult", mas pelo visto ele não se agradou muito.
Mesmo sem entender seu desaparecimento repentino, nos dias e noites seguintes eu só conseguia pensar nele. Lucius.
"Chega!", disse pra mim mesma. Isso já estava ficando demais, como posso querer tanto um cara que vi apenas uma vez na vida. Eu tinha que botar meus pensamentos em ordem. Eu não era uma menina, era uma mulher de 21 anos e tinha de me portar como tal. Paixonites sem cabimento são coisas de adolescentes que acham que o mundo é cor-de-rosa.
Já estava ficando nervosa dentro de casa. Resolvi, então, sair para dar uma caminhada, me faria bem sentir a brisa noturna. A noite estava maravilhosa, era lua nova e o céu estava totalmente estrelado. E lá estava eu andando por uma rua deserta durante a madrugada de uma terça-feira como uma menina inconsequente, tudo porque um cara que apareceu do nada conseguiu revirar meus pensamentos e me deixar como -confesso- uma adolescente apaixonada. Só de pensar em mim dessa maneira chegava a ter calafrios.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

"Viver-te! Descobrir-te! Aprender-te!"


Quero contigo viver simples momentos . Te acompanhar em lugares que frequentes, comer algo que comes... Poder fazer parte de um pedacinho do teu cotidiano.
Quero te explorar e te conhecer de todas as formas. Estar junto de tí em um momento especial... Momento de descoberta, de uma situação nunca antes vivida com alguém.
Olhar através dos teus olhos e dentro deles ver coisas que ninguém jamais viu.
Quero aprender tuas manias,jeitos, trejeitos e tudo aquilo que mais lhe agrade.

Vou descobrir todos os teus "eus" e de cada um deles irei tirar o que houver de melhor e de pior.
Pois somente deste modo estarei convícta, ou não, dos sentimentos que alimento por ti.

SOU ESCORPIÃO

Eu me rasgo
E me queimo
E me curo com tesão
Sou chorona
Sou guerreira
Eu sou um escorpião!

Eu me mato
E renasço
E das cinzas faço pão.
Bebo o sangue
Da minh’alma
Eu sou um escorpião.

Faço a guerra
Trago a paz
Enfeitiço com porrada
Falo sim e muito não
Sou sutil fiel amada
Eu sou um escorpião

Se da festa
Tu sentires
Meu perfume de paixão
Sejas sábio
Tens cautela...
Eu sou um escorpião!

Mas se forte aceitares
E seguires sem cansaço
Os prazeres mais sublimes
Sentirás no meu abraço.
E tua calma será santa
E teu corpo será são
E tua vida será tanta
Com o teu escorpião...

-Ana Veet Maya-

(Este não é de minha autoria, mas sou apaixonada por ele!)