segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Estranho IV

"Pensar! Pensar! Pensar! Sempre pensando em tudo antes de fazer qualquer coisa. Quer saber? Não, não dessa vez, vou chutar o balde." pensei comigo.
E a entrega do projeto que se dane, veria depois o que fazer com relação a minha nota. Inúmeras vezes deixei de visitar meus familiares porque estava envolvida com projetos arquitetônicos. Daqui por diante as coisas mudariam.
Liguei para o aeroporto na tentativa de conseguir um voo o quanto antes.
O próximo sairia as 9h e já era 6h, eu precisava me apressar. Peguei minha mala marrom que estava encima do guarda-roupa e a coloquei escancarada sob a cama e fui jogando tudo que era necessário para dentro dela. Tomei uma rápida chuveirada, bebi um café preto especialmente forte e enquanto escovava os dentes fui pegar o guia telefônico para encontrar o número de algum táxi. Chamei o táxi e fui esperar em frente ao meu prédio. Liguei para casa na ida para o aeroporto e avisei que estava a caminho.
Cinco horas depois eu havia chegado a meu destino e minha mãe me aguardava no estacionamento em frente ao Del Rey modelo GLX 1.6 branco que pertenceu ao vovô.
A medida que me aproximava dela sentia que um nó se formava em minha minha garganta e de meus olhos lágrimas voltavam a brotar.
Era o que eu precisava... Meu porto seguro. Assim que a abracei desabei a chorar sentindo-me como se tivesse 12 anos novamente, época em que meu avó veio a falecer por conta de ataque cardíaco num domingo em meio a um churrasco da família. Tentei bloquear todas as imagens e lembranças que surgiam para poder me recompor enquanto minha mãe -como sempre- se mantinha firme e forte como uma rocha.
Respirei fundo afastando-me dela para acomodar minha mala no banco traseiro e sentar no banco do passageiro. Então Marta -minha mãe- assumiu o volante e partimos rumo ao bairro Las Acacias.

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