terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Estranho

"Louca! louca! louca!"
Era o que meu pensamento gritava.
No entanto eu não queria escuta-lo, só queria poder olhar pra ele mais uma vez. Lucius era o nome dele. Com cabelos negros e longos, olhar profundo, a pele de um tom cor-de-cuia. Alto, devia medir em torno de 1,85... Pensando nisso, lembrei-me que ele não havia respondido quando perguntei sua idade, apenas seguiu conversando como se nada houvesse e nosso assunto estava tão interessante que este ponto pouco me importava.
O conheci num pub chamado Midnight fire. Dono de uma voz surpreendente, rouca e aveludada. Conversamos de tudo um pouco, falamos sobre nossas viagens, livros favoritos, músicas, filmes e mais algumas amenidades.
Após algum tempo de conversa pedi licença para ir cumprimentar algumas amigas que chegavam ao local, mas quando voltei aos bancos onde estávamos sentados ele havia simplesmente sumido. Eu estava adorando nosso papinho "cult", mas pelo visto ele não se agradou muito.
Mesmo sem entender seu desaparecimento repentino, nos dias e noites seguintes eu só conseguia pensar nele. Lucius.
"Chega!", disse pra mim mesma. Isso já estava ficando demais, como posso querer tanto um cara que vi apenas uma vez na vida. Eu tinha que botar meus pensamentos em ordem. Eu não era uma menina, era uma mulher de 21 anos e tinha de me portar como tal. Paixonites sem cabimento são coisas de adolescentes que acham que o mundo é cor-de-rosa.
Já estava ficando nervosa dentro de casa. Resolvi, então, sair para dar uma caminhada, me faria bem sentir a brisa noturna. A noite estava maravilhosa, era lua nova e o céu estava totalmente estrelado. E lá estava eu andando por uma rua deserta durante a madrugada de uma terça-feira como uma menina inconsequente, tudo porque um cara que apareceu do nada conseguiu revirar meus pensamentos e me deixar como -confesso- uma adolescente apaixonada. Só de pensar em mim dessa maneira chegava a ter calafrios.

Nenhum comentário:

Postar um comentário